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Por uma plataforma cultural variada


Quando Lobão, na abertura dos trabalhos, admitiu que não sabia ao certo sobre o que iria falar e soltou: “ Vou ter que perceber vocês assim.. podemos falar de vários vieses.. “, confesso que me preocupei. Já nos minutos seguintes, minha primeira impressão deu lugar ao sentimento de que sairia de lá com informações interessantes - além de um repertório novo de palavrões.

João Luiz falou sobre música independente, racismo, relações políticas, ditadura, bolsa família. Disse que há no Brasil um culto à pobreza. Que não se quer acabar com ela, e sim, perpetuá-la: “É como um mendigo que coça a ferida, não deixa curar. Ele não quer deixar de receber esmola”, comparou.

Sobre internet, Lobão foi um dos primeiros a disponibilizar suas músicas na rede, em 1999. Mas reforçou que não é o bastante. “Tocar no Faustão e na rádio é politicamente necessário”. Citou o exemplo de Malu Magalhães, que tem 1 milhão de acessos no myspace mas, ao aparecer no Faustão, o público não a reconheceu.

Lobão critica modismos, mas quando todos acharam que "atacaria" o movimento emo, ele defendeu uma plataforma cultural variada, com espaço para todos. Saí de lá com a certeza de que contextualizo pouco e que até os reacionários um dia envelhecem e se rendem às políticas do mercado.

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