Insólita viagem...
De repente... ao chegar do trabalho, despertei a tecnologia que parecia fervilhar em minhas veias e pensamentos, sedenta que estava por informações de homens que viviam, há setenta dias, confinados entre rochas, sentimentos e fé.
Soterrados pela imensidão de pedra e pó, subsistiam por dias fraternais. Eram momentos que jamais pude sonhar em assistir diante da sacrossanta imagem de um aparelho de televisão.
Plasmadas, eu e a tela, fizemos, em frenesi, aquela que deveria ser uma contagem regressiva, ao avesso, pois cada corpo emergente em luz, se fazia espectro de minhas esperanças tão desoladas e empoeiradas, em buracos da minha própria alma. E quantificava minha vontade de aprender o significado daquela odisséia.
Também eu me senti encapsulada e monitorada por tantos olhares, em muitas fases de minha vida.
Assim... o tempo que decorreu até eu sair do fundo do meu poço, talvez tenha durado a fração de segundos que levou-me à exatidão de minha consciência pós-mortal.
Revivi, ressuscitei de novo, em cada rosto mineiro, em cada abraço filial, em cada renascimento. Pude respirar melhor e trazer relações mundanas às incríveis e significativas histórias espirituais e bíblicas.
Percebi o leproso voltar à vida, o partir do pão na última ceia, a expressão "do pó vieste e ao pó regressarás", o estrangeiro que foi tratado como irmão, as bem-aventuranças numa montanha de terra e fé, a ressurreição de um homem já dado como morto e tantas outras passagens eloquentes e fraternais, naquela gruta, na caverna de uma mina chamada São José.
Quantos sinais, quantas marcas humanas e divinas nos permitimos viver e sentir, durante flashes televisivos mundiais!!!
Quanta vontade de poder abraçar e ser abraçado, agradecer mais à vida que aos bens materiais!
Quanta beleza ao ouvir vozes, cantos, gritos de guerra, no escorregar de lágrimas de alegria.
Homens fizeram uma viagem insólita; desceram ao fundo da terra e retornaram novos, nascidos de uma barriga metálica mas grávidos de um coração divino.
Sem dúvida alguma, uma viagem invertida, num viés de sobressaltos e medos. Não havia como fugir! A esperança era o "ficar", o "permanecer" lado a lado com o próximo e, mesmo no escuro, confiar, crer e esperar.
Quanto tempo?! Não importa! Definitivamente a esperança é a última que morre. E deixar-se morrer é ficar definitivamente no escuro.
Melhor transgredir e repensar o dia a dia, aguardando a claridade voltar, aguardando a vida se "rotinizar", e refazer os cãlculos e repensar os erros, e reprisar a vida.
Penso que, junto com esses mineiros chilenos, eu pude experimentar uma nova viagem, voltar ao meu centro da terra, e semear no núcleo quente de meu interior, sentimentos que precisavam ser novamente reabertos, como túneis que me trariam forças e alimentos.
Torci, neste treze de outubro, e torci muito; torci pela vida deles e pela minha, torci por cada um dos que me tiram de meus soterramentos diários com cápsulas fênix de compreensão e amor, torci pelos abraços que recebo e que ainda hei de dar, torci pela claridade do dia que amanhece sempre, vinte e quatro horas depois da escuridão, torci por poder educar, sabiamente, as crianças, meus alunos, e ajudá-los a sair de seus escombros e encontrar rostos amigos, torci pelo mundo tão violento para que saiba dividir o peixe e o leite, mesmo em tempos de grutas e cavernas. Torci por Deus para que ele também esteja sempre na minha torcida e acelere as roldanas, quando o tempo urgir, e minhas engrenagens começarem a falhar.
Por isso, após ver os rostos dos trinta e três, fecho meus olhos e descanso...
Obs: Acredito que esta seja a melhor Mensagem de Dia dos Mestres que podemos levar, pois somente um Grande Mestre e Criador pode nos ensinar tanto com tão pouco.
Soterrados pela imensidão de pedra e pó, subsistiam por dias fraternais. Eram momentos que jamais pude sonhar em assistir diante da sacrossanta imagem de um aparelho de televisão.
Plasmadas, eu e a tela, fizemos, em frenesi, aquela que deveria ser uma contagem regressiva, ao avesso, pois cada corpo emergente em luz, se fazia espectro de minhas esperanças tão desoladas e empoeiradas, em buracos da minha própria alma. E quantificava minha vontade de aprender o significado daquela odisséia.
Também eu me senti encapsulada e monitorada por tantos olhares, em muitas fases de minha vida.
Assim... o tempo que decorreu até eu sair do fundo do meu poço, talvez tenha durado a fração de segundos que levou-me à exatidão de minha consciência pós-mortal.
Revivi, ressuscitei de novo, em cada rosto mineiro, em cada abraço filial, em cada renascimento. Pude respirar melhor e trazer relações mundanas às incríveis e significativas histórias espirituais e bíblicas.
Percebi o leproso voltar à vida, o partir do pão na última ceia, a expressão "do pó vieste e ao pó regressarás", o estrangeiro que foi tratado como irmão, as bem-aventuranças numa montanha de terra e fé, a ressurreição de um homem já dado como morto e tantas outras passagens eloquentes e fraternais, naquela gruta, na caverna de uma mina chamada São José.
Quantos sinais, quantas marcas humanas e divinas nos permitimos viver e sentir, durante flashes televisivos mundiais!!!
Quanta vontade de poder abraçar e ser abraçado, agradecer mais à vida que aos bens materiais!
Quanta beleza ao ouvir vozes, cantos, gritos de guerra, no escorregar de lágrimas de alegria.
Homens fizeram uma viagem insólita; desceram ao fundo da terra e retornaram novos, nascidos de uma barriga metálica mas grávidos de um coração divino.
Sem dúvida alguma, uma viagem invertida, num viés de sobressaltos e medos. Não havia como fugir! A esperança era o "ficar", o "permanecer" lado a lado com o próximo e, mesmo no escuro, confiar, crer e esperar.
Quanto tempo?! Não importa! Definitivamente a esperança é a última que morre. E deixar-se morrer é ficar definitivamente no escuro.
Melhor transgredir e repensar o dia a dia, aguardando a claridade voltar, aguardando a vida se "rotinizar", e refazer os cãlculos e repensar os erros, e reprisar a vida.
Penso que, junto com esses mineiros chilenos, eu pude experimentar uma nova viagem, voltar ao meu centro da terra, e semear no núcleo quente de meu interior, sentimentos que precisavam ser novamente reabertos, como túneis que me trariam forças e alimentos.
Torci, neste treze de outubro, e torci muito; torci pela vida deles e pela minha, torci por cada um dos que me tiram de meus soterramentos diários com cápsulas fênix de compreensão e amor, torci pelos abraços que recebo e que ainda hei de dar, torci pela claridade do dia que amanhece sempre, vinte e quatro horas depois da escuridão, torci por poder educar, sabiamente, as crianças, meus alunos, e ajudá-los a sair de seus escombros e encontrar rostos amigos, torci pelo mundo tão violento para que saiba dividir o peixe e o leite, mesmo em tempos de grutas e cavernas. Torci por Deus para que ele também esteja sempre na minha torcida e acelere as roldanas, quando o tempo urgir, e minhas engrenagens começarem a falhar.
Por isso, após ver os rostos dos trinta e três, fecho meus olhos e descanso...
Até a próxima viagem!!!!!!!!!!!!!
Um beijo e muito amor!
Fátima Queiroz
